sexta-feira, 8 de novembro de 2019

TEMA: GRAVIDEZ NO CONTEXTO ESCOLAR

TIPOS DE CONHECIMENTO

I. Filosófico

A gravidez em adolescentes de classes populares foi estudada a partir da investigação dos modelos familiares e da classe social e, por conseguinte, da articulação entre família - adolescente grávida - classe social.
A família passou por várias mudanças até chegar à nossa atual concepção. Esse processo de construção da família está baseado na articulação entre a história da família e a história da infância, com o surgimento de um “sentimento de família” e de um “sentimento de infância” (Aries, 1981).
A história da família brasileira nasce na família patriarcal e a família brasileira contemporânea ainda está impregnada desse modelo. Um trabalho realizado sobre a concepção de família em dois grupos sociais da cidade do Rio de Janeiro com mulheres das classes baixas e as das classes médias mostrou que existe um modelo de arranjo familiar único para ambas as classes, o modelo da família patriarcal, que determina as relações de poder na sociedade brasileira. Ele é formado por um núcleo central que abrange o casal e seus filhos e por uma periferia composta por agregados e empregados. Esse modelo, no entanto, constitui um “ideal” para as famílias de classes baixas, só sendo possível de se realizar nas famílias de classe média. Os arranjos familiares são, assim, constituídos em função de circunstâncias econômicas, sociais e históricas segundo as diferentes classes sociais (Lo Bianco,1986).

II. Senso Comun

O enfoque tradicional relaciona a gravidez como indesejada a decorrente da desinformação sexual dos jovens a ao uso de drogas e bebidas alcóolicas que comprometem a contracepção, além das que engravidam para casar-se.

III. Científico

Apesar da grande quantidade de informaçoes sobre sexualidade e métodos anticoncepcionais, as adolescentes continuam engravidando, o que gera implicaçoes sociais, psíquicas e econômicas. Sociais porque geralmente abandonam os estudos devido à gravidez; psíquicas porque ainda nao estao emocionalmente prontas para assumir uma gravidez; e econômicas porque quase sempre as famílias assumem a criança e a adolescente, aumentando as despesas da casa.

Projeto de Pesquisa



TEMA: GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA 



1 OBJETIVOS


 1.1 OBJETIVO GERAL

Conscientizar os educadores e também os pais sobre a importância da discussão sobre educação sexual no contexto escolar.

 1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Discutir com educadores e pais, proporcionando-lhes debater sobre os desafios e responsabilidades encontrados na escola e em casa para falar sobre sexualidade;

- Motivar os adolescentes a se tornarem multiplicadores do conhecimento discutido;

- Expor dados sobre o conhecimento atual dos jovens sobre educação sexual e gravidez mo contexto escolar;

- Fortalecer o vínculo entre os adolescentes e o serviço de saúde, estimulando a criação de ações peculiares a este público na unidade básica de saúde.

2 PROBLEMÁTICA

  Com o decorrer da contemporaneidade, foi observado que poucos pais conversam com os seus filhos sobre educação sexual, resultando com índice cada vez maior de adolescente tendo sua vida sexual precoce, dando espaço para a gravidez na adolescência (BURRATTO, J.M., 2018).


3 HIPÓTESE 

Hipótese 1: Se a sexualidade é um tema tão polêmico e desperta tanto a curiosidade das crianças e adolescentes, porque não conversar com eles sobre este tema e esclarecer suas dúvidas.


Hipótese 2: A dificuldade dos pais conversarem com seus filhos e da escola conversar com seus alunos.

4 CONTEXTUALIZAÇÃO

  Adolescência corresponde ao período da vida no qual ocorrem mudanças caracterizadas principalmente pela chegada da puberdade, o autoconhecimento , surgimento das características sexuais, conscientização da sexualidade, estruturação da personalidade, adaptação ambiental e integração social. Os mitos e tabus que reforçam o padrão sexual e a cultura de uma determinada população podem contribuir para o desenvolvimento de problemas sexuais, e causam um conflito na cabeça do adolescente que está em descoberta em relação a sexualidade. Verifica-se a coexistência de dúvidas quanto à sexualidade e sua relação ao ato sexual propriamente dito; ausência de diálogo entre os pais e filho e a escassa abordagem escolar acentua ainda mais o desenvolvimento dessas dúvidas. Portanto a educação sexual busca ensinar e esclarece questões relacionadas ao sexo, livre de preconceitos e tabus, o conhecimento enquanto for capaz de exercer influência sobre as atitudes é um pré-requisito fundamental nos programas de prevenção. Prevenção essa, referente por exemplo, a gravidez na adolescência que é motivo de preocupação em função das consequência devastadora para o desenvolvimento tanto da mãe quanto o da criança.
RESENHA


TEMA: GRAVIDEZ NO CONTEXTO ESCOLAR



Conhecimento como forma de prevenção e promoção da saúde


  Adolescência corresponde ao período da vida no qual ocorrem mudanças caracterizadas principalmente pela chegada da puberdade, o autoconhecimento, surgimento das características sexuais, conscientização da sexualidade, estruturação da personalidade, adaptação ambiental e integração social.

  Os mitos e tabus que reforçam o padrão sexual e a cultura de uma determinada população podem contribuir para o desenvolvimento de problemas sexuais, e causam um conflito na cabeça do adolescente que está em descoberta em relação a sexualidade.

  Verifica-se a coexistência de dúvidas quanto à sexualidade e sua relação ao ato sexual propriamente dito; ausência de diálogo entre os pais e filho e a escassa abordagem escolar acentua ainda mais o desenvolvimento dessas dúvidas.

  É o ensino que dá ao indivíduo a capacidade de atuar na sua realidade e exercer sua cidadania, de ter um futuro promissor e, no que diz respeito à sexualidade, pode influenciar o risco de gravidez por meio do desenvolvimento sociocognitivo, do capital humano ou da exposição a diferentes redes sociais e sexuais. Portanto, a sua interrupção, quando de uma gestação precoce e, principalmente, em adolescentes de classes menos favorecidas da sociedade, coloca essas jovens em desvantagem para o alcance de melhores postos de trabalho e contribui para a perpetuação da pobreza, conforme vários estudos.

  Portanto a educação sexual busca ensinar e esclarece questões relacionadas ao sexo, livre de preconceitos e tabus, o conhecimento enquanto for capaz de exercer influência sobre as atitudes é um pré-requisito fundamental nos programas de prevenção. Prevenção essa, referente por exemplo, a gravidez na adolescência que é motivo de preocupação em função das consequência devastadora para o desenvolvimento tanto da mãe quanto o da criança.

  Atualmente, a enfermagem necessita desenvolver tecnologias de ensino capazes de abordar a sexualidade com adolescentes de forma positiva a fim de promover a saúde sexual e reprodutiva, num diálogo franco e aberto. Seja na atenção básica, terciária, na escola ou comunidades, a equipe de saúde, principalmente a enfermagem, desempenha o importante compromisso de educador em saúde, colaborando na formação dos jovens na atualidade. Para tanto, é preciso que os profissionais busquem conhecer os mitos e os tabus que cercam os adolescentes no que se refere à sexualidade para que possam abordá-la de forma mais efetiva.

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

GRAVIDEZ NO CONTEXTO ESCOLAR





1 Introdução


Desde a era colonial, com a chegada dos senhores de engenhos, era comum as meninas - de baixa renda - engravidarem precocemente. No entanto, com o avanço da medicina e da cultura, tais problemas ainda se arrastam na hodierna conjuntura sociocultural, uma vez que o fator econômico implica diretamente na problemática (ROSSETTO, M.S, et al., 2013).

Na contemporaneidade, ausência de uma educação sexual dentro das escolas brasileiras implica diretamente com o índice crescente de gravidez na adolescência, como foi divulgado no Comitê Brasileiro Especializado em Sexologia da FEBRASGO. Ademais, devido ao conjunto de transformações sofridas na adolescência, que se traduz em um campo de descobertas e experimentações, essa fase está frequentemente ligada a uma maior vulnerabilidade, vinculada ao fenômeno da descoberta da sexualidade, da gravidez não planejada, da Aids e das doenças sexualmente transmissíveis, da exposição à drogas, da violência, da marginalidade, entre outros eventos negativos. Frente a esta nova demanda, a área da saúde precisa desenvolver um referencial específico para abordar as questões da sexualidade na adolescência (Martins, C.B, et al., 2013).

A iniciação sexual está diretamente ligada a questões sociais e a interpretação de regras de acordo com valores de um sistema social. Concretizar a primeira relação sexual vai depender de muitos fatores e que podem ter ritmos diferentes quantos as experimentações masculinas e femininas (FERRARI, et al., 2017)


2 Problema

Com o decorrer da contemporaneidade, foi observado que poucos pais conversam com os seus filhos sobre educação sexual, resultando com índice cada vez maior de adolescente tendo sua vida sexual precoce, dando espaço para a gravidez na adolescência (BURRATTO, J.M., 2018).


3 Resultados








4 Resumos

4.1 ALUNO: Jessica de Souza Oliveira

  Objetivou-se apreender as representações sociais de adolescentes sobre sexualidade, a partir de suas experiências pessoais. De natureza qualitativa e representacional, a pesquisa foi desenvolvida junto a 140 adolescentes numa escola de rede pública, tendo como instrumento de coleta de dados a aplicação de questionários. Verificou-se a coexistência de dúvidas quanto à sexualidade e sua relação ao ato sexual propriamente dito; ausência de diálogos entre pais e filhos nessa temática; e abordagem escolar ainda incipiente, com limitações dos conteúdos quanto ao uso de camisinha. As representações sociais nesse estudo se ancoram na sexualidade como ato sexual, e são objetivadas por meio dos scripts social e sexual, que conferem aos adolescentes um saber prático sobre si.

RIOS, Karyne de Souza Augusto; WILLIAMS, Lúcia Cavalcanti Albuquerque; AIELLO, Ana Lúcia Rossito. Gravidez na adolescência e impactos no desenvolvimento infantil. Adolescência e Saúde, Rio de janeiro, ano 2007, v. 4, n. 1, p. 6-11, 25 out. 2019. Disponível em: http://www.adolescenciaesaude.com/detalhe_artigo.asp?id=114#. Acesso em: 25 out. 2019.

4.2 ALUNO: Annie Leticia de Holanda Ferreira






   O objetivo principal da educação sexual é preparar os adolescentes para a vida sexual de forma segura, chamando-os à responsabilidade de cuidar de seu próprio corpo para que não ocorram situações futuras indesejadas, como a contração de uma doença ou uma gravidez precoce e indesejada. Infelizmente o ser humano tende a acreditar que o perigo sempre está ao lado de outras pessoas e que nada irá acontecer com ele mesmo, o que o coloca vulnerável a tais situações.
Os meios de comunicação, entre tantos outros que utilizam o sexo para chamar a atenção das pessoas, acabam por estimular e criar curiosidades precoces até em crianças, o que dificulta bastante o processo de conscientização e responsabilidade individual dessas sobre o assunto. Dessa forma, se torna cada vez mais importante ensinar os adolescentes quanto ao assunto, isso dentro de casa e nas instituições de ensino.
Uma adolescente que engravida nesse período de transição corpórea pode sofrer muitos problemas de saúde, como anemia, parto prematuro, vulnerabilidade a infecções, depressão pós-parto, hipertensão, inchaço, retenção de líquidos, eclampsia, convulsões e até mesmo a morte. Apesar de problemas fisiológicos, quando uma adolescente engravida, ela passa também por problemas psicológicos, pois a mudança de vida rápida exige grande adaptação e isso pode gerar conflitos, pois uma grande etapa de sua vida foi pulada.
Os educadores em parceria com a família são fundamentais na formação sexual da criança. A família deve ser orientada, visto que ela é a fonte principal da formação, da base da criança, para que proporcione uma vida moralmente sadia, inclusive sendo responsável em passar um conhecimento adequado da sexualidade humana.

DANTAS, Gabriela Cabral da Silva. "Educação Sexual"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/sexualidade/educacao-sexual.htm. Acesso em 08 de novembro de 2019.

4.3 ALUNO: Marcus Vinicius Pereira de Sousa 

   A adolescência é uma fase da vida humana caracterizada por um conjunto de transformações de dimensões biológicas, psíquicas e sociais. É nesta fase que a sexualidade se insere como uma redescoberta de algo intrínseco do ser humano, construído ao longo da sua trajetória pessoal, sendo que seu exercício vai além das funções reprodutivas, estendendo-se até o processo de socialização do adolescente.
Sabe-se que este processo de amadurecimento traz consigo certa vulnerabilidade, principalmente decorrente de mitos e tabus ligados à sua sexualidade, pois os falsos conceitos e a compreensão distorcida da sexualidade podem impedir o adolescente de vivê-la plenamente sem riscos.
Considerando que os mitos e tabus reforçam o padrão sexual e a cultura de uma determinada população e que podem contribuir para o desenvolvimento de problemas sexuais, torna-se essencial desmistificar conceitos equivocados e orientar os adolescentes para que exerçam sua sexualidade com segurança, tranquilidade e plenitude, contribuindo, assim, para uma prática sexual saudável.
Autores destacam que a infuência da cultura patriarcal, a religião, a escola, bem como as questões políticas e econômicas, influenciam fortemente a formação da sexualidade, em que predominam a falta de diálogo e a educação autoritária, o que contribui para a existência de mitos e tabus, colocando o adolescente como importante grupo de risco. Este cenário, aliado à dificuldade das escolas em abordar o tema, demandam dos profissionais de saúde ações que possam promover a orientação sexual para este grupo.
Neste contexto, destaca-se o papel da enfermagem como membro da equipe de saúde, à qual cabe a atenção ao adolescente, inserindo a sexualidade como um elemento importante. Atualmente, a enfermagem necessita desenvolver tecnologias de ensino capazes de abordar a sexualidade com adolescentes de forma positiva a fm de promover a saúde sexual e reprodutiva, num diálogo franco e aberto. Seja na atenção básica, terciária, na escola ou comunidades, a equipe de saúde, principalmente a enfermagem, desempenha o importante compromisso de educador em saúde, colaborando na formação dos jovens na atualidade. Para tanto, é preciso que os profissionais busquem conhecer os mitos e os tabus que cercam os adolescentes no que se refere à sexualidade para que possam abordá-la de forma mais efetiva.

MARTINS, Christine Baccarat de Godoy; ALMEIDA, Fabiana Maria de; ALENCASTRO, Lidiane Cristina; MATOS, Karla Fonseca de; SOUZA, Solange Pires Salomé de. SEXUALIDADE NA ADOLESCÊNCIA: MITOS E TABUS. Ciencia y EnfermerIa XVIII, Mato Grosso, v. 18, n. 2012, p. 25-37, 3 mar. 2012. DOI 10.4067/S0717-95532012000300004. Disponível em: https://scielo.conicyt.cl/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0717-95532012000300004&lang=en. Acesso em: 8 nov. 2019.

4.4 ALUNO: Allysson Sousa Aguiar

  A questão do feminino na teoria psicanalítica está intimamente relacionada com a maternidade. Freud (1905) mostra que é na adolescência que se dá a finalização do processo de construção da sexualidade, através da capacidade do jovem de procriar, processo esse que se inicia na mais remota infância. Esse momento é bastante importante para a espécie e fruto de muitas angústias para o jovem.
No caso específico da menina, será através do desejo de ser mãe que ela se tornará mulher. Assim, para Freud, o caminho que leva à feminilidade se dá por meio da maternidade. A maternidade se coloca, assim, como um atributo que caracteriza o feminino. Através do filho, um ser que é uma extensão do seu próprio corpo, a mulher se sente plena, nada lhe falta. O filho funciona como um objeto que completa as suas carências e os seus desejos mais íntimos. O desejo de ter um filho, isto é, o desejo de ter o falo, é algo bastante forte no inconsciente feminino (Freud, 1931).
“O que quer uma mulher?”, indaga Freud. Como nos diz Hassoun (1995), se a psicanálise foi capaz de dar conta do desejo das mulheres, ela continua impotente perante o querer feminino, que não coincide com o seu desejo. Ainda existe um caminho a ser percorrido para se explicar a feminilidade.
Mas então, o que querem as mulheres? Não existe uma resposta única para essa pergunta de Freud. Cada mulher terá a sua própria resposta. As adolescentes grávidas entrevistadas nesta pesquisa deram a sua resposta: elas querem ser mães. É importante, então, tentar localizar a origem do desejo de ter um filho na adolescência.
A importância do meio social na determinação do papel feminino nos ajuda a compreender o papel da mulher na sociedade, papel que é transmitido às adolescentes, influenciando as suas escolhas e os seus projetos de vida.
Atualmente, depois de todas as mudanças sociais por que passamos, o papel da mulher de classe média brasileira não se limita ao papel de mãe, estendendo-se também a outras atividades, como a realização profissional. Entretanto, apesar de essas mulheres exercerem outros papéis sociais, a maternidade continua sendo um atributo essencialmente feminino (Lo Bianco, 1985).
As vivências e as representações sobre a família e a inserção da mulher nesse núcleo foram estudadas em um grupo de mulheres faveladas, e observou-se que a internalização da ideologia patriarcal e a divisão de papéis sexuais reforçam a definição da identidade feminina através da família, ou seja, ser mulher nessa comunidade é sinônimo de ser filha, esposa ou mãe (Salem,1981).
Existe uma diferença de perspectiva em relação ao papel social desempenhado pela mulher, o seu nível sócio-econômico e a gravidez na adolescência. Um estudo realizado por Doering (1989) com adolescentes grávidas mostrou que as adolescentes de classe média atendidas em clínica privada rejeitavam a gravidez, afirmando que essa situação iria atrapalhar as suas perspectivas de estudo e de trabalho, visto que a maternidade não é prioridade nessa classe social. Entre as adolescentes atendidas em hospital público, 58% referem uma maior aceitação da gravidez por “gostarem de criança”. A maternidade aparece como a única perspectiva de vida para essas jovens de classes populares, onde o papel social mais importante por elas desempenhado é o de ser mãe.

DADOORIAN, Diana. Gravidez na adolescência: um novo olhar. Psicologia: Ciência e Profissão, [S. l.], p. 84-91, 1 mar. 2003. DOI 10.1590/S1414-98932003000100012. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932003000100012. Acesso em: 8 nov. 2019.

4.5 ALUNO: Antônio Carlos Juvino Junior

   A adolescência, definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o período de 10 a 19 anos de idade, é caracterizada pela transição da infância para a fase adulta e assinalada por intensas transformações físicas, por conflitos relacionados às incertezas, pela formação da identidade e da autoestima, pelas instabilidades familiares e sociais e pelo conhecimento da imagem corporal. É nessa fase que a sexualidade aflora, que muitos indivíduos iniciam sua vida sexual e que a ocorrência de uma gravidez pode gerar dúvidas e sentimentos de fragilidade no contexto individual e familiar.
Em 2014, a média global da taxa de nascimentos entre mães de 15 a 19 anos foi de 49 por 1.000 adolescentes, estando as maiores taxas em países da África Subsaariana, Ásia, América Latina e Caribe. Em 2008, ano de realização do presente estudo, a taxa de partos nessa faixa etária foi em torno de 11%, com 95% dos casos incidindo em países de baixa e média renda, entre os quais constavam a gravidez e o parto não planejados ou desejados. Nesse mesmo ano, a proporção no Brasil foi de 19,4%, com decréscimo para 18,3% em 2012; já no Piauí, adolescentes de 15 a 19 anos deram à luz a 22,9% de todos os partos, com decréscimo para 20,7% em 2012 .
A educação formal é considerada um fator protetor em razão da inclusão social que promove e porque a permanência dos jovens na escola reduz o risco da maternidade precoce, o que leva a associar a gestação adolescente à evasão escolar . Em 2014, cerca de 1/3 das jovens brasileiras de 15 a 17 anos que abandonaram a escola já era mãe, e, daquelas que estudavam, apenas 2% tinham filho . Essa é uma realidade não só no Brasil, mas na América Latina, visto que, em 2016, as mulheres latinas representaram 2/3 das jovens de 15 a 17 anos que não estudavam nem trabalhavam, com a gravidez na adolescência sendo apontada como uns dos principais fatores de risco para o abandono escolar  .
É o ensino que dá ao indivíduo a capacidade de atuar na sua realidade e exercer sua cidadania, de ter um futuro promissor e, no que diz respeito à sexualidade, pode influenciar o risco de gravidez por meio do desenvolvimento sociocognitivo, do capital humano ou da exposição a diferentes redes sociais e sexuais. Portanto, a sua interrupção, quando de uma gestação precoce e, principalmente, em adolescentes de classes menos favorecidas da sociedade, coloca essas jovens em desvantagem para o alcance de melhores postos de trabalho e contribui para a perpetuação da pobreza, conforme vários estudos.
Portanto, como há controvérsia sobre a gravidez precoce ser causa ou consequência do abandono escolar, o presente estudo objetiva analisar os fatores preditores da evasão escolar entre adolescentes com experiência de gravidez no contexto de baixa renda familiar, a fim de identificar se as jovens haviam abandonado a escola antes de engravidarem ou se a gravidez foi prévia ao abandono escolar. Dessa forma, espera-se contribuir para o desenvolvimento de políticas públicas direcionadas à valorização e ao atendimento às demandas de jovens, tais como essa problemática da gravidez precoce e do abandono escolar.

SOUSA, Carolina Rodrigues de Oliveira; GOMES, Keila Rejane Oliveira; SILVA, Kamila Cristiane de Oliveira; MASCARENHAS, Márcio Dênis Medeiros; RODRIGUES, Malvina Thaís Pacheco; ANDRADE, Jesusmar Ximenes; LEA, Maria Andréia Brito Ferreira. Fatores preditores da evasão escolar entre adolescentes com experiência de gravidez. Evasão escolar entre mães adolescentes, Rio de janeiro, p. 160-169, 2 fev. 2018. DOI 10.1590/1414-462X201800020461. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/cadsc/v26n2/1414-462X-cadsc-26-2-160.pdf. Acesso em: 30 ago. 2019.

4.6 ALUNO: Vitória de Sousa Silva


  A adolescência corresponde ao período da vida entre os 10 e 19 anos, no qual ocorrem profundas mudanças, caracterizadas principalmente por crescimento rápido, surgimento das características sexuais secundárias, conscientização da sexualidade, estruturação da personalidade, adaptação ambiental e integração social. A gravidez neste grupo populacional vem sendo considerada, em alguns países, problema de saúde pública, uma vez que pode acarretar complicações obstétricas, com repercussões para a mãe e o recém-nascido, bem como problemas psico-sociais e econômicos. As tentativas de prevenção devem levar em consideração o conhecimento dos chamados fatores predisponentes ou situações precursoras da gravidez na adolescência, tais como: baixa auto-estima, dificuldade escolar, abuso de álcool e drogas, comunicação familiar escassa, conflitos familiares, pai ausente e ou rejeitador, violência física, psicológica e sexual, rejeição familiar pela atividade sexual e gravidez fora do casamento. Tem sido ainda referidos: separação dos pais, amigas grávidas na adolescência, problemas de saúde e mães que engravidaram na adolescência. Por outro lado, alguns estudos sugerem que, entre as adolescentes que não engravidam, os pais têm melhor nível de educação, maior religiosidade e ambos trabalham fora de casa.

YAZLLE, Marta Edna Holanda Diógenes. Gravidez na Adolescência. Gravidez, Rio de janeiro, v. 28, p. 443-445, 8 ago. 2006. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-72032006000800001&script=sci_arttext&tlng=es. Acesso em: 25 out. 2019.